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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

❤ "Paisagens Veladas" Mostra individual da artista plástica Eliane Gallo na CasaGaleria ❤ BR ❤

A artista Eliane Gallo et a RP Silvia Neubern

Exposição "Paisagens Veladas"


Loly Demercian - dona da galeria e curadora, a artista Eliane Gallo et a pianista Jaci Toffano


A artista Visual, Eliane Gallo apresenta exposição individual na CasaGaleria e oficina de arte Loly Demercian, em São Paulo - SP. Situada no coração da Vila Madalena, Rua Fradique Coutinho, 1216. 
A exposição "Paisagens Veladas" teve sua abertura no dia 11 de novembro com coquetel para convidados. Devido ao Grand Succès a exposição permanece até final de janeiro de 2018.

Em sua produção, Eliane Gallo investiga um tema relevante à história da arte: a paisagem. Consagrado pelos pintores holandeses no século XVI, o gênero passou por inúmeras transformações e é a partir desse contexto de renovação da paisagem que a artista concebe suas pinturas e escultura, segundo Georg Simmel ressalta como advento da noção de paisagem associa-se à emergencia de um certo olhar, de uma percepção diferenciada em relação a sua totalidade , a atmosfera de uma paisagem diz respeito à apreensão de algo que não está completamente isolado daquele que a percebe, e nem completamente no interior deste, como se fosse mera projeção de uma experiência interna, de uma história pessoal.

"Merleau-Ponty observa: que é preciso que nos habituemos a pensar que todo visível é moldado no sensível, todo ser tátil está voltado de alguma maneira à visibilidade, havendo assim imbricação e cruzamento, não apenas entre o que é tocado e quem toca, mas também entre o tangível e o visível que está incrustado."

Artista nascida em 1971, Eliane Gallo é formada em Arquitetura pela PUC – Campinas e tem Doutorado em Artes Visuais (UNICAMP). Já obteve premiações e participou de várias exposições coletivas e individuais. Trabalha e vive em Amparo -SP.


Figura 1- Paisagens veladas # 1
Autor: Eliane Gallo, 2017
Técnica: Encáustica


Intitulada “Paisagens Veladas”, a mostra, que inaugura no dia 11 de novembro, reúne obras produzidas entre 2016 e 2017. Nos trabalhos (Fig. 1 a 4), é possível identificar elementos figurativos que são sobrepostos por várias camadas de cera de abelha, numa espécie de “veladura”, como define a artista: “a pintura encáustica é uma técnica milenar que reúne cera de abelha, pigmentos e fogo possibilitando vários desdobramentos de sentidos. Nas minhas obras, há várias paisagens dentro de uma só. São paisagens encobertas que são reveladas pouco a pouco desafiando o olhar do observador."

O termo “velado” significa aquilo que está coberto com véu ou o que pode ser encoberto por algo; tapado ou escondido. A produção da artista exige que o público tenha um olhar ativo para descobrir sob as manchas de cera as fotografias autorais quase abstratas. A ideia, diz a artista, foi compor uma “paisagem externa”, ou seja, construir espacialmente com elementos pictóricos e coisas(2) da natureza. Para a sua observação os observadores devem se colocar de frente e a uma certa distância.
A particularidade do processo de criação da artista foi transformar as suas fotografias autorais em imagens parcialmente ou totalmente cobertas por várias camadas de encáustica para instigar o observador na descoberta das paisagens veladas. Esse universo particular e abstrato foi criado no intuito de prender os olhares por mais tempo defronte a essas paisagens construídas/desconstruídas. 

(2) O termo adotado coisa “ é um acontecer, ou melhor, um lugar onde vários aconteceres se entrelaçam”, baseado no conceito definido por Tim Ingold (2012, p. 29).

A ação proposital da artista revela a sua intenção de nos remeter a lembranças de um mundo repleto de memórias de “coisas” que se modificam o tempo todo ao nosso redor. Trazer à memória uma
conexão com o mundo natural, pois vivemos numa sociedade que caminha para a perda do vínculo com a natureza. A imersão tecnológica tem nos retirado do convívio das pessoas e do meio ambiente. As obras não pretendem replicar ou estabelecer esses vínculos com as paisagens, mas torná-las visíveis trazendo à tona apenas algumas partes de suas formas reveladas na tentativa de se ver mais longe do óbvio.

Nas esculturas revelam-se pedaços de madeira que foram descartados e tiveram uma nova leitura com o uso da encaústica e aço. A motivação da artista para essas peças foi estabelecer a relação essencial entre materiais e as forças da natureza. Trazendo ao olhar as possibilidades das transformações do material e dar forma às coisas do mundo.


REFERÊNCIAS

INGOLD, Tim. Trazendo as coisas de volta à vida: emaranhados criativos num mundo de materiais. Horiz. antropol., Porto Alegre , v. 18, n. 37, p. 25-44, June 2012 . Available from 71832012000100002&lng=en&nrm=iso>. access on 16 Oct. 2017. 
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832012000100002.
Ponty, Merleau. O visivel e o invisivel. São Paulo:Perpectiva,1984.p131


Serviço:

Exposição "Paisagens Veladas"

De 13 de novembro de 2017 à 31 de janeiro de 2018
Curadoria : Roseli Demercian
Local: CasaGaleria e oficina de arte Loly Demercian
Rua Fradique Coutinho, 1216/ Pinheiros /SP
Horário de funcionamento: segunda a sexta das 14h às 18h
 Aos sábados: 12h às 16h
delolis@gmail.com
Facebook: casagalerialoly
Instagram: casagaleria_oficial
Tel. (11) 38419620


À NE PAS MANQUER !!!


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