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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Empresa aumenta produção de álcool em gel para atender crescente demanda por conta do Coronavírus



Companhia Nacional de Álcool (CNA) fecha o mês de fevereiro com demanda 5 vezes superior à média histórica e otimiza sua produção para evitar risco de desabastecimento no mercado





A prioridade para que o mercado não tenha que se preparar para um possível desabastecimento de álcool em gel está alinhada com a preocupação mundial em torno das novas confirmações sobre o coronavírus. Após o carnaval, dois casos em especial chamaram a atenção.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC - sigla em inglês) confirmou mais um caso de novo coronavírus (Covid-19) no norte da Califórnia com o agravante que a paciente não teria viajado para o exterior e não teria tido contato com pessoas que estiveram em países onde a situação é mais grave.

No Brasil, foi confirmado o primeiro caso de contágio pelo coronavírus. O paciente mora em São Paulo e havia viajado para a Itália, onde provavelmente adquiriu o vírus. Ele vai passar o período de 14 dias de isolamento em sua residência.
Essas e outras notícias divulgadas nas últimas 48 horas fizeram a demanda por álcool em gel aumentar significativamente, pois o produto faz parte das ações preventivas preconizadas no
protocolo do Ministério da Saúde de enfrentamento da doença.

De acordo com o CEO do Grupo MPR e Companhia Nacional de Álcool (CNA), Leonardo Medeiros Antunes Ferreira, “a demanda em janeiro foi o dobro da esperada e fevereiro já supera inclusive os meses mais críticos de 2016 quando o Brasil foi surpreendido pelos casos de H1N1”. Naquele momento, de alguma forma, a população se preparava para o uso do álcool em gel como forma de prevenção, mas ainda era o início de uma conscientização em grande escala. Atualmente, a fábrica vive uma realidade diferente por ter saído na frente em 2016 com a modernização da planta e está pronta, a partir de agora, a integrar o segundo turno de trabalho com aumento de 10% de contratação de funcionários. Se houver necessidade já planeja também o terceiro turno. “É que a Empresa está recebendo também cotações para o exterior, em especial para os países asiáticos, onde já há falta do produto. “Se essas negociações se transformarem em vendas colocaremos outra parte do planejamento em prática para atendermos à exportação”, diz Leonardo.





A CNA é fabricante das marcas de álcool Coperalcool, Zumbi e Zulu e é controlada pelo fundo Alothon Group. É a responsável por colocar no mercado o álcool em gel de limpeza e o gel para mãos, o 70°, certificado pela Anvisa como o produto recomendado para a higienização das mãos. Há ainda o álcool em pano umedecido, também 70° e o álcool 46°, líquido, com efeito bactericida, que proporciona na limpeza a ação livre de bactérias por até seis horas de duração.

Atualmente o álcool em gel para as mãos representa de 5% a 10% do faturamento da CNA, porém, com o aumento da demanda para o enfrentamento da doença, isso pode saltar para 20% ou 25% de aumento no faturamento.

Especialistas da área da saúde reforçam em todas as divulgações por meio da mídia que o álcool em gel é fundamental para a prevenção, principalmente no uso de espaços públicos. Higienizar as mãos se torna primordial nesse momento. Mesmo a pessoa não podendo lavar as mãos, não deve se esquecer de passar o álcool em gel; é o que reforçam os médicos especialistas.


Risco

A CNA lançou um plano com fornecedores para o abastecimento de insumos que são utilizados na fabricação do álcool. Mesmo assim, não está descartado o risco de faltar produto, de acordo com a demanda e a expectativa dos desdobramentos do coronavírus que poderão acontecer. Ainda temos também o risco provocado pela entressafra. De acordo com Júlio César, diretor industrial, “essa época do ano ainda estaríamos nos preparando para atender a demanda extra de álcool em gel sazonal do inverno a partir de abril, mas fomos surpreendidos pelo aumento em pleno verão. Então podemos esse ano ter o equivalente a dois invernos com o volume adicional do coronavírus”.
Outro número que também surpreende é o preço do álcool que está mais caro entre 25% e 30% em relação ao mesmo período do ano passado. 

Em época de atenção redobrada, os reflexos do coronavírus no mundo não param de acontecer.
Grande parte do norte da Itália permanece confinada, trazendo impacto no dia a dia das pessoas. O turismo já está sofrendo fortemente e até o Campeonato Italiano de futebol teve partidas canceladas.

No Irã - epicentro do surto no Oriente Médio - já há sinais de pânico na corrida por alimentos nos supermercados.

O desafio mundial agora é equilibrar necessidade, demanda e produção de produtos como o álcool em gel para tentar minimizar os impactos da crise. Para que, dessa forma, todos possam vencer a luta pela saúde.


Fonte : A Expressão 5  - pauta@aexpressao5.com.br - (11) 9 9597 88





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