domingo, 23 de março de 2014

♥ Sorteio de Convites para a Palestra com Daniela Falcão Editora Chef da VOGUE Brasil ♥ A Comunicação no Mercado de Luxo ♥ dia 26/03 ♥ SP ♥ PARTICIPEM !!! ♥




Recebi de Mon Très Cher Ami Claudio Diniz da Maison du Luxe Events & Consulting dois convites para serem sorteados entre Mes Chers Lecteurs do blog !!!
Para participar do sorteio basta clicar para ser seguidor do blog e enviar um email com seu nome completo e email para : paula.barrozo@hotmail.com
O sorteio acontecerá no dia 25/03 e os ganhadores serão comunicados por email e aqui no blog.

PARTICIPEM !!!

BONNE CHANCE MES CHÉRIS !!!



Daniela Falcão irá proferir a palestra

A COMUNICAÇÃO NO MERCADO DE LUXO

para Câmara de Comércio França-Brasil, no dia 26 de março das 18h30 às 20h30 - Auditório da livraria da Vila - JK Iguatemi

Conheça um pouco mais sobre essa Grande Profissional nessa entrevista :




Daniela Falcão - Uma Profissional de Sucesso!

Nessa entrevista ela fala sobre carreira, Luxo e como chegou ao comando da Vogue

Qual era sua relação com a moda na adolescência?
Eu me interessava mais por jornalismo, porque meu avô criou o Jornal da Bahia e, na infância, eu escrevia historinhas para os suplementos infantis. Quando criança, você se espelha e se mira nos adultos que cercam sua vida. Minha mãe é psicóloga e eu adorava sessões de análise, pedia para as pessoas contarem a vida e anotava num caderno. Mas roupa não me interessava muito, nem roupa de boneca.

Como foi sua faculdade?
Eu nasci em Salvador, mas morei no Rio até os 17 anos e voltei para a cidade na época do vestibular. Eu queria continuar no Rio, onde estavam meus amigos, mas meu pai não concordava de jeito nenhum. Só que eu queria fazer a melhor faculdade, porque era boa aluna, e convenci eles com esse critério. Eu tinha uma tia que morava em Brasília e fui para a Universidade de Brasília (UNB), que era a terceira melhor do país. Fiz os quatro anos lá e amei a faculdade. Mas tinha feito um acordo com meu pai de que eu daria uma chance para Salvador. Quando me formei, voltei para a Bahia e trabalhei na Tribuna da Bahia, cobrindo cidade, buracos de rua. Vários buracos de rua (risos). Nessa época, o trabalho de jornalista era de um turno e eu cobria férias no A Tarde em outro turno. Até que fui para a editoria de domingo no A Tarde, que era de comportamento.

Por que saiu de Salvador?
Eu via meus amigos em jornais de repercussão nacional e mandei meu currículo para o trainee da Folha de S. Paulo. Passei e fui para lá. Comecei na editoria de economia, mas logo depois abriu vaga em Cotidiano, que era um caderno igual a cidades, da Tribuna, e fui para lá. Foi um ano e pouco nisso, parecido com o que fazia em Salvador. Comecei com o trivial e depois fui para as matérias de comportamento. O jornal tinha também um projeto de corresponente bolsista, para jovens talentos. Eu entrei nele e fui para Nova York, onde fiquei 11 meses fazendo um pouco de tudo, desde matéria com ministro até entrevista com Brad Pitt. Foi uma experiência muito rica, eu sempre quis ser jornalista pela variedade de temas. Não é que amava moda, música ou economia. Eu sempre amei dar palpite sobre tudo. Nova York foi uma época ótima para eu ver que, com seriedade, atenção e honestidade, se escreve sobre qualquer coisa.

Como foi voltar para o Brasil?
Eu tive que trabalhar com política. Voltei bem avaliada
e teve uma pressão interna para ir para Brasília. Tinha amigos de faculdade lá e não seria o fim do mundo. Eu amava Cotidiano, mas vi que não iria crescer tanto. Daí fiquei quatro anos cobrindo política em Brasília. Era início do governo FHC e tinha muita coisa acontecendo mas, em vez de cobrir Congresso, deputado, senador, eu cobri mais saúde e educação, que eram assuntos ministeriais e não do Congresso. Comecei a viajar muito. Ia para os lugares mais remotos para mostrar a realidade das políticas públicas. Eu gostei muito, amava e achava que minha vida seria aquilo. Até que ganhei uma bolsa do Instituto Ayrton Senna para estudar em Nova York, voltada para quem trabalhava com a infância. Fiquei um ano fora e, quando voltei, senti que queria algo diferente. Que meu período cobrindo políticas públicas tinha acabado. Um ano depois, fui para o Equilíbrio, caderno que a Folha lançou. Era para cobrir saúde, o que eu já fazia, mas mudando o foco. Eu ia falar da saúde do ponto de vista individual. Foi minha primeira experiência como editora assistente. Aprendi muito em um ano e meio e recebi uma proposta para ser subeditora da revista de domingo do JB (Jornal do Brasil). Ela era um marco no Rio. Eu cresci esperando a revista de domingo chegar. Era o momento em que o JB estava tentando se reerguer e troquei São Paulo pelo Rio. A revista ia ser reformulada para ficar mais luxuosa, ia ter parte de gastronomia, ia ser maior que o jornal, inspirada em uma revista do The Guardian, de Londres. A revista tinha editoriais de moda e coordenei isso pela primeira vez. Eu pensava junto com a editora, foi meu primeiro contato com a moda. Fiquei dois anos e, nos últimos seis meses, virei editora. Até que não dava mais para ficar. Depois, recebi proposta para trabalhar na revista da Oi, que era luxuosa, com papel e tamanho maravilhosos. Era basicamente estética, tinha mais foto que texto. Conheci os fotógrafos (J.R.) Duran, Bob Wolfenson. Era algo maravilhoso. Experimentei essa importância da imagem durante um ano. Foi quando me chamaram para editar a TPM, em São Paulo. Fiquei lá de 2003 a 2005 e assumi também a TRIP, como diretora de redação.

Como foi o convite para a Vogue?
Em outubro de 2004, fui chamada pela primeira vez para conversar sobre a Vogue. Eles queriam que a revista tivesse um olhar mais feminino. Ela era respeitada como algo de luxo mas, na visão das editoras, dialogava pouco com a mulher, porque os editores e diretores de redação eram homens. E não existia no mercado ninguém que já fosse de moda que conseguisse encarnar bem essa questão de “diretora de redação mulher”. Aí começaram a procurar nos lugares menos óbvios. Só no terceiro almoço eu entendi o que queriam. Eu tomei um susto, não conhecia os nomes dos tecidos, nem nomes dos estilistas estrangeiros, até porque só vinha trabalhando com moda nacional. Mas eles queriam uma pessoa que entendesse a moda como comportamento, não alguém com conhecimento técnico profundo. Eu achei superinteressante. Comecei os contatos com a revista em outubro e só fui em março, porque eu não estava preparada para sair da TPM ainda, gostava muito. Mas sempre gostei também das coisas boas da vida. Eu entendia muito de vinho, gastronomia. A única coisa na TPM que não era 100% eu é que ela era jovem e muito alternativa. A Vogue era uma plataforma para curtir todo o lado mais hedonista, das coisas maravilhosas da vida. Em março de 2005, fui e assinei minha primeira edição em maio do mesmo ano, que foi comemorativa de 30 anos.

Teve medo?
Eu já tinha ido a Nova York, sem experiência, para falar de cinema com o Robert De Niro. Por que dez anos depois, tendo visto mais coisas do mundo, dentro do meu país, eu não conseguiria fazer aquilo? Sem nenhuma arrogância ou falsa modéstia, meu maior desafio não era a questão de entrar na moda. Eu cobri política sem saber muita coisa de política. Eu aprendi a olhar orçamento federal de cima a baixo para ver se tinha algo errado. Isso é ser jornalista. É preciso ter um pouco de boa vontade, olhar para as coisas certas, perguntar as coisas certas e ter uma cultura de base boa. Com moda é a mesma coisa e eu já tive adaptações mais difíceis na vida. Moda é ter assistido, ter visto e ter referência cultural ampla. Não adianta ver desfiles e saber tendência se você não viu um filme, não faz a ponte com um personagem que o estilista se baseou. Em Paris, quando estou cobrindo, eu comparo coleções com personagens de filmes. Como minha base não é a moda, eu jogo as tendências para filmes, literatura. Tirando a Costanza Pascolato, que lembra das coleções dos anos 70, mesmo que você seja formado em moda, não viveu tudo. Eu insisto muito com as meninas que trabalham comigo para verem filmes. Isso é preciso para ter um raciocínio original. Esse background de ver, viajar, permite que eu tenha uma leitura diferente da moda e complementa as pessoas da minha equipe que entendem tudo de cada tecido. Quando tenho dúvidas, tenho a Costanza. Você sempre tem a quem recorrer quanto precisa de informação.

Como a Vogue se faz inédita sendo mensal?
Temos múltiplas plataformas. O site, o Instagram e a revista mensal, que é o meu bem mais precioso, porque tem espaço de colecionador, é guardada. O que ela tem de relevante é a qualidade das imagens. A Vogue é uma revista à prova de erros. Ela não pode ter um texto toscamente escrito e nem imagens de baixa qualidade. Não pode parecer improviso. Esse absoluto rigor com cada página me fez ficar noites sem dormir. Uma coisa era uma revista semanal ou a TPM, que permitia fotos que não eram esteticamente impecáveis, porque na TPM o conteúdo noticioso fala mais do que a imagem. Na Vogue, as duas coisas são importantes. Essa obsessão, esse cuidado, não tem internet ou Instagram que bata isso. O papel é uma sensação tátil. As pessoas dizem que guardam a Vogue, não descartam. Mas sabemos que precisamos estar em todos os lugares. A informação está no Instagram no mesmo dia, segue para o site e, na revista, não aparece o mesmo desfile que o leitor já viu 20 vezes. Nela está nossa interpretação das principais tendências de um jeito que interessa à brasileira e à leitora de Vogue. São espaços diferentes.

Quem é a revelação da moda brasileira?
Vitorino Campos. Ele é a grande revelação da moda nacional, não só da Bahia.
É um novo criador que tem que comer muito feijão com arroz ainda, mas está nesse panteão. Ele tem um trabalho original, é um estilista-autor, no sentido grande da palavra.

Qual é a sua marca na Vogue Brasil?
A grande coisa da Vogue é mostrar que a moda é uma coisa divertida e faz sua vida ser mais rica. Queremos mostrar para a mulher como a vida pode ser mais bonita, legal e feliz. No fim, nosso objetivo é inspirar. É o momento de estar longe do trabalho, com as crianças dormindo e folhear as páginas de textos, informações e editoriais que relaxam e fazem a mulher ter prazer na leitura.

Para quem a Vogue é escrita?
Para uma mulher de 25 a 55 anos e mesmo assim eu pego leitoras com mais de 55 e temos uma base de mulheres mais jovens que é grande também. Em tese, a Vogue é voltada para o público de classe A, então penso que a mulher da Vogue pode tudo. Não tenho limitação financeira. Isso diferencia a Vogue de outras revistas femininas e de moda. Eu não me preocupo em ser acessível e a grande sacada é que você não precisa comprar aquilo. Eu mostro o que tem de bacana, mas não necessariamente caro. A mulher da Vogue vai da coxinha ao caviar. Não tem coisa mais deliciosa do que uma boa coxinha de frango. Ela faz parte do universo Vogue como o caviar mais raro, que pipoca na boca. A revista é uma delícia de fazer e ler, pela liberdade.

www.maisonduluxe.com.br

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