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Desmontando Desdêmona
Foto by João Andreazzi |
XI Mostra Lugar Nômade de Dança e Teatro
privilegia participação feminina – 11 espetáculos, workshop e
debate aberto estão programados entre 23 e 25 de novembro
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Estiagem
Foto by Felipe Longo |
Acontece entre os dias 23 e 25 de novembro, sexta-feira a domingo, em diversos horários, a XI Mostra Lugar Nômade de Dança e Teatro. O evento, idealizado por João Andreazzi, fundador da Cia Corpos Nômades, terá 13 atividades – são 11 espetáculos de dança/teatro, o tea-time no sábado, evento que propõe debate entre os artistas envolvidos na mostra e o público) e o workshop de dança no domingo a partir da obra em processo da Cia Corpos Nômades.
Nesta edição, João conta que foram levados em consideração aspectos ligados ao momento político e social que vivemos, com destaque para a participação feminina na Mostra. “Os projetos envolvem a mulher como protagonista no sentido de impulsão criativa para a produção artística”, diz o artista. Verbar, solo de Mônica Cristina Bernardes; Mulher Sem Fim, de Andréia Nhur, Estiagem com direção de Paulo Fabiano - Teatro X, Ofélia Territórios Movediços com Camila Fersi – Coletivo Instantâneo e Desmontando Desdêmona, um work in progress da Cia. Corpos Nômades, são exemplos de espetáculos que dialogam com essa realidade.
Para João, um dos aspectos mais importantes da Mostra até hoje é a questão colaborativa que ela propõe. “A troca acontece em todos os momentos. Desde o espaço físico, que exige o compartilhamento dos espaços, até as reflexões traçadas entre os artistas. No tea time, conversamos sobre os desafios da área e pensamos nos ajustes que podem ser feitos para superá-los, por exemplo”. Sem perspectivas concretas para realizar uma próxima edição da Mostra, João diz que a aquisição de recursos por meios que não os aportes públicos podem apoiar no sustento do espaço. “Recebemos diversas propostas internacionais de artistas da Holanda, Espanha, México, Uruguai e Argentina, por exemplo, mas ainda não temos condições de trazê-los”, conta João. Caso haja mudanças na realidade presente, ele não descarta criar um modelo expandido da mostra, com apresentações distribuídas durante um mês em vez de um final de semana.
Programação Completa – Corrida
Sexta-feira, dia 23 de novembro, 20h30
· Taanteatro – Verbar
· Mainá Santana e Thaís Diniz – A Atitude Manifesta do Controle
· Núcleo Tentáculo (Liliane de Grammont) – Voyeur
Sábado, dia 24 de novembro, 16h
· Tea-time
Sábado, dia 24 de novembro, 20h30
· Andreia Nhur – Mulher Sem Fim
· Núcleo EcoFeminista Animalista Veddas (Bruna Dias) – Somos todas Fêmeas
· Núcleo Instantâneo (Camila Fersi) – Ofélia Territórios Movediços
Sábado, dia 24 de novembro, 23h59 (Sessão Meia-Noite Olho Neles)
· Maria Basulto – Dentro
· Núcleo Instantâneo (Gabriela Jung) – Voadoras
· Coletivo A Ovelha – A fuga do Bison: Deformação de percurso
Domingo, dia 25 de novembro, 16h
· Cia Corpos Nômades - Oficina Desmontando Desdêmona
Domingo, dia 25 de novembro, 19h30
· Cia Corpos Nômades - Desmontando Desdêmona
· Teatro X - Estiagem
Programação Completa
Sexta-feira, dia 23 de novembro, 20h30
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Verbar - Taanteatro
Foto by Juliana Resan |
Taanteatro - Verbar
Solo teatro-coreográfico de Mônica Cristina Bernardes, Verbar tem como disparador o sentimento de urgência em encontrar respostas frente às crises de sensibilidade, comunicação e sociabilidade na vida mega-urbana da era digital.
Investiga tensões entre corpo feminino, tempo e mídia; entre temporalidades afetivas e velocidades racionalizadas, entre a experiência interior do corpo e suas representações sociais. Obra em processo, Verbar mergulha no desejo de uma atmosfera sutil, de se tornar imperceptível.
Ficha Técnica: Dança e Criação: Mônica Cristina Bernardes. Orientação Dramatúrgica: Wolfgang Pannek. Supervisão Coreográfica: Maura Baiocchi. Edição de video e voz-off: Mônica Cristina Bernardes. Música: Arvo Pärt. Trilha sonora e captação de vídeo: Wolfgang Pannek Cenografia: Wolfgang Pannek. Iluminação: Juliana Morimoto Foto: Juliana Resan Duração: 40 min
Mainá Santana e Thaís Diniz – A Atitude Manifesta do Controle
Como as relações de poder presentes na sociedade constroem e controlam os sujeitos? Partindo desse questionamento, os artistas criadores buscam gerar um universo poético inspirado na teoria do filósofo Michael Foucault sobre o tema. Em cena, por meio de jogos de movimento, gestos cotidianos e memórias pessoais e sociais, os corpos se modificam procurando entender como eles se relacionam com as tensões e a manutenção do mundo em que vivemos.
Ficha Técnica: Direção: Mainá Santana Artistas criadores: Mainá Santana, Thaís Diniz e Willy Helm Intérpretes: Mainá Santana e Thaís Diniz. Preparação Corporal e Provocação Cênica: Willy Helm. Registro em vídeo: Mariana Molinos Criação de Luz: Rossana Boccia Criação de Arte Sonora: Vagner Cruz e elenco. Cenografia: TRIO Design e Marcenaria Artista Gráfico: Rafael Carrion Produção Administrativa e Executiva: Cris Klein - Dionísio Produções Foto: Fernanda Botelho
Liliane de Grammont (Núcleo Tentáculo) – Voyeur
Voyeur, aquele que espia. Dramaturgicamente baseada em desdobramentos do próprio ‘voyeur’ em personagens e em mentalidades simbólicas, a obra propõe a instauração de estados a partir ‘do olhar’. Sua versão atual propõe uma abertura crítica em relação ao papel da mulher na sociedade e na própria obra revisitada.
Ficha Técnica: Direção e Coreografia: Liliane de Grammont Elenco: Carolina Verzolla, Lucas Oliva, Marilia Curtolo, Pietro Morgado, Rebeca Tadiello, Sabrina Ferreira e Vinicius Cosant. Figurino: Bruna Fernandes. Iluminação: Raquel Balekian Foto: Viana Fotos Duração: 35 minutos. Contém: Referência à violência sexual.
Sábado, dia 24 de novembro, 16h
Tea-Time – Encontro com os artistas envolvidos nesta edição da XI Mostra Lugar Nômade para conversar sobre os processos de criação e de inspiração artística. Aberto para o público em geral. Lugar de Reflexão regado a chá, café, bolo, biscoitos e ideias interessantes.
Sábado, dia 24 de novembro, 20h30
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Mulher sem Fim
Foto by Danilo Batista |
Andreia Nhur - Mulher Sem Fim
Mulher sem fim é uma experiência solo de Andréia Nhur & Katharsis Teatro. O trabalho mostra um recorte da pesquisa da artista junto ao Grupo Katharsis Teatro nos últimos 12 anos, investigando forma e sentido com o agenciamentos do corpo em estados múltiplos e descontínuos.
No espetáculo, o gênero-mulher é apresentado a partir de uma ideia de corpo constantemente trespassado por ecos de mulheres presentes nas memórias da cultura, que vão desde Madame Bovary, Lady Macbeth, Carmen Miranda até Dadá, a cangaceira. Este solo foi apresentado na Mostra Só Solos – 2017.
Ficha Técnica: Texto, criação e performance: Andréia Nhur. Colaboradores: Janice Vieira, Paola Bertolini e Roberto Gill Camargo. Iluminação: Roberto Gill Camargo Produção, fotos e operação de luz: Paola Bertolini Arte Gráfica: André Bertolini Fotos: Danilo Batista e João Hidalgo Duração: 35 minutos.
Bruna Dias *Núcleo EcoFeminista Animalista Veddas) - Somos todas Fêmeas
Solo performance baseada no livro "A política sexual da carne" de Carol J. Adams. Como a matança de animais e a violência contra a mulher estão intrinsecamente ligadas? Muito além de pregar uma dieta sem carne é uma obra polêmica e provocadora que estimula reflexões e debates necessários para que se construa um mundo mais igualitário.
Ficha Técnica: Criação e interpretação: Bruna Dias Trilha Sonora: Luiz Roberto Bertonha e Bruna Dias Videoarte e Foto: João Felipe Ferreira Duração: 25 minutos.
Núcleo Instantâneo (Camila Fersi) - Ofélia Territórios Movediços
Solo de dança que se inspira na personagem Ofélia, da peça Hamlet de Shakespeare, para refletir sobre o papel da mulher na sociedade e brincar com estados de corpo em movimento: sonho, loucura e amor. Busca comunicação estética entre virtual e real, espectador e artista, encenação e performance. Uma homenagem às tantas Ofélias deste mundo.
Ficha Técnica: Concepção e Criação: Camila Fersi Assistência e provocação: Gabriela Jung e Monnica Emilio Trilha Sonora: Divan Gattamorta Desenho de luz: Raphael Cassou. Colaboração: Ariana Lorenzino, Ana Clara Amaral, Aldiane Dala Costa. Fotos: Carlene Cavalcante
Sábado, dia 24 de novembro, 23h59 (Sessão Meia-Noite Olho Neles)
Maria Basulto - Dentro
Dentro consiste na exposição do corpo-ansioso, movido por impulsos internos entregues a memórias e sensações irrequietas por vezes experienciadas. O corpo extrapola a compreensão do que é movimento, e a voz se faz presente do início ao fim na tentativa de contar o percurso do ciclo de uma crise qualquer.
Enquanto roteiro, o trabalho possui uma 'parábola' bastante evidente, representando o ciclo de um acontecimento. O trabalho corporal gira em torno da investigação e intersecção de memórias, sensações e exercícios corporais pré-estabelecidos, bem como de uma melodia cantada incessantemente, enfatizando-se o uso da voz em dança. O canto nasce de um murmúrio sutil, cresce e se camufla em outras sonoridades. Ocorre, então, o caminho inverso. O movimento guia e é guiado pela voz.
Ficha Técnica: Concepção, criação e interpretação: Maria Basulto Trilha sonora (original): Pedro Destro e Thomaz Souza Teaser: Leo Lin
Foto: Vanessa Moraes Duração: 25 minutos
Gabriela Jung (Núcleo Instantâneo) - Voadoras
Mulheres fabuladas e um passeio deslocado no universo da invenção dessas criaturas hostis. Histórias contadas pela dança de seres estranhos que trazem pelo corpo assuntos inquietantes.
Ficha Técnica: Criação e atuação: Gabriela Jung Orientação: Camila Fersi Apoio: Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro e Casa 69 Fotos: Américo Junior
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Fuga do Bison
Foto by Giorgio D'Onofrio |
Coletivo A Ovelha - A fuga do Bison: Deformação de percurso
Relação reflexiva sobre as linhas e fronteiras entre teatro, performance e audiovisual, tendo o corpo do Bison como lugar transitório entre humano e animal agindo de modo unificado, em um exercício de ressignificação e contraposição de busca x fuga identitária.
Ficha Técnico: Elenco: Alexandre Marchesini, Arthur Borges, Beatriz Correa, Jorge Ferreira Sonoplastia: Daniel Garcia Texto: Coletivo A Ovelha Fotografias: Giorgio D'Onofrio Duração: 50 minutos Faixa etária: 18 anos
Domingo, dia 25 de novembro, 16h
Vivência com a Cia. Corpos Nômades que envolverá o tema do processo de montagem inspirada na personagem Desdêmona da peça de William Shakespeare “Otelo, O Mouro de Veneza”. Neste encontro, que acontecerá das 16h às 18h, os participantes da Oficina iniciada em outubro/2018 e os novos inscritos, farão um aquecimento aula de corpo com João Andreazzi, improvisação direcionada a pesquisa e a criação construção cênica deste corpo/intérprete. Esta oficina se direciona aos intérpretes/performers do teatro, da dança, performance, mulheres, homens, trans, enfim a todos os gêneros e cores.
Número de vagas: 25 pessoas. Inscrição:Enviar um e-mail para
ciacorposnomades@gmail.com, com uma breve carta de interesse, descrição de carreira e um link de vídeo de algum trabalho (caso houver). Encaminhar até o dia 23/11/2018.
Domingo, dia 25 de novembro, 19h30
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Desmontando Desdêmona
Foto by João Andreazzi |
Cia. Corpos Nômades - Desmontando Desdêmona
Trecho de um novo processo de montagem da Cia. Corpos Nômades, inspirado na personagem Desdêmona, da peça de William Shakespeare “Otelo, O Mouro de Veneza”. Tem como ponto de partida esta personagem, para acessar as sensações das decadências existenciais que se encontram no ciúmes, na maldade, no feminicídio, na inveja, na ingenuidade, no amor, no racismo, nas diferenças e na ganância.
Para construir um corpo/performer que passa por sessões paranóicas, masoquistas e esquizofrênicas associando-se a substância trágica que brota desta ocupação versada no espaço e no tempo.
Ficha Técnica: Criação e Direção: João Andreazzi Intérprete/Performer: Rossana Boccia Iluminação: Rox Lux Cenário e Figurino: Cia. Corpos Nômades Foto: J. Andreazzi
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Estiagem
Foto by Felipe Longo |
Teatro X – Estiagem
Baseado na obra “A Princesa Branca – cena à beira mar” de Rainer Maria Rilke, o espetáculo “Estiagem” de autoria de Victor Nóvoa. Rainer Maria Rilke é um dos mais importantes representantes do movimento simbolista do inicio do século XX e escreveu cerca de 10 peças. Durante toda ação da peça, a princesa é incapaz de romper a espera e esta espera faz perdurar a circularidade de amanhã, de todo dia repetir-se a mesma cena, até o tempo da morte. Falta-lhe o impulso para se mover, para modificar o que a cerca, para acabar com o seu eterno imobilismo.
Imobilismo este que se torna uma questão disparadora na recriação da peça, agora Estiagem, apoiado nessa criação sobre o sentimento contemporâneo das expectativas frustradas numa atmosfera de ruínas humanas, do ser e das coisas. “Estiagem” traz à tona a história de elípticas figuras náufragas que buscam pôr fim a circularidade de suas vidas para compreenderem e romperem com as raízes de seus privilégios.
Ficha Ténica: Concepção: Jussara Bracco e Paulo Fabiano. Direção: Paulo Fabiano. Dramaturgia: Victor Nóvoa. Elenco: Jussara Bracco, Manfrini Fabretti, Carolina Bueno ou Gislaine Mendes e Airton Renô. Direção de Arte: Ana Rita Bueno. Preparação de elenco: Lúcia Kakazu. Design de som: Ivan Silva. Design de luz: Tiê Fabiano. Fotografia: Felipe Longo. Produção: Telha de Vidro Produções. Duração: 50 minutos
Sinopse curta
Nesta 11ª edição da Mostra Lugar Nômade, que acontecerá durante os dias 23, 24 e 25 de novembro e que tem como motivação resistir artisticamente à intempérie que atravessa a Cultura no Brasil. Terá uma programação com obras que utilizam a dança, o teatro e a performance-arte, como fios condutores à criação cênica. Dentre os artistas e grupos, estarão: Teatro X, Cia. Corpos Nômades, Taanteatro, Coletivo Instantâneo, Núcleo Tentáculo, Andreia Nhur, Coletivo A Ovelha, Núcleo EcoFeminista Animalista, Maria Basulto e Mainá Santana.
Serviço
XI Mostra Lugar Nômade de Dança e Teatro - 2018
Data: 23, 24 e 25/11 - Sexta e Sábado às 20h30, domingo às 19h30.
Sessão Meia Noite Olho Neles sábado, 24/11, 23h59.
Local: Espaço Cênico O LUGAR – Cia. Corpos Nômades
Rua Augusta, 325 – São Paulo – SP
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Aceita cartão de débito e crédito
Classificação: 14 anos
À NE PAS MANQUER !!!