Escultura de Luz Gigante celebra chegada de
Exposição ao CCBB-DF
Inspirada em três composições marcantes da fase neoplástica de Piet Mondrian, a instalação, construída especialmente para Brasília, consiste no revestimento de uma área de 530m² do Pavilhão de Vidro do Centro Cultural Banco do Brasil. Retângulos e quadrados de cores primárias ganham luz e conferem nova vida ao espaço até o dia 4 de julho
Ao visitante, o impacto visual é inevitável e o desejo de conhecer o interior da obra brota imediatamente. “A galeria transformada em um grande Mondrian 3D é a obra e a homenagem em si”, explica Pieter Tjabbes, curador da exposição Mondrian e o movimento De Stijl. “Mantivemos o interior da galeria de vidro livre para que o visitante possa experienciar a incidência de luz através das composições de Mondrian”, completa.
Ainda de acordo com o curador, a intenção é provocar a sensação que sentimos ao entrar em grande catedrais medievais com vitrais coloridos, “mas evidentemente que em um contexto moderno, com as cores do movimento De Stijl”, ressalta. “A escultura, iluminada por dentro, pode ser vista de longe e marca a paisagem da cidade”.
Três obras do mestre neoplasticista holandês estão representadas na grande instalação, que funciona como uma gigantesca luminária modernista. Justapostas, a Composição com vermelho, amarelo e azul, de 1921; a Composição nº 3 com vermelho, amarelo e azul, de 1935 (em 90 graus); e a Composição com vermelho, amarelo e azul, de 1922, com variação de linhas e cores, revestem a nova face do Pavilhão de Vidro do CCBB de Brasília.
Concebido pela Art Unlimited, produtora também responsável pela exposição Mondrian e o Movimento de Stijl, o projeto contou com assessoria e desenhos da empresa George Mills Arquitetura. Assim como os demais blocos expositivos, a obra poderá ser conhecida pelo público brasiliense até 04/07, período em que Brasília abriga a maior mostra sobre Mondrian e outros 20 artistas do movimento De Stijl já realizada na América Latina.
FICHA TÉCNICA
Dimensões: 484m² de área interna, formato quadrangular; 392m² de vão livre central
Revestimento: 530 m² de película de vinil
Piso: concreto polido
Estrutura: metal e vidro
Teto: gesso acartonado
Obras de referência: Composição com vermelho, amarelo e azul, de 1921; a Composição nº 3 com vermelho, amarelo e azul, de 1935 (em 90 graus); e a Composição com vermelho, amarelo e azul, de 1922, com variação de linhas e cores.
Produção e curadoria: Art Unlimited, Pieter Tjabbes
Desenho e arquitetura: George Mills Arquitetura
Piet Mondrian
Composição com grande plano vermelho,
amarelo, preto, cinza e azul (1921)
Gemeentemuseum, Den Haag
A mais completa exposição sobre Mondrian e o movimento De Stijl já realizada na América Latina chega ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília no aniversário da Capital, 21/04
Para muitas pessoas, o nome Mondrian remete a uma associação mais ou menos imediata com retângulos de cores primárias delimitados por grossas linhas pretas.
Mas ele, como tantos outros mestres das artes, não se manteve a vida inteira no âmbito dos seus trabalhos mais conhecidos. Piet Mondrian (1872-1944) chegou a sua obra mais famosa – Composição com grande plano vermelho, amarelo, preto, cinza e azul – em 1921, depois de uma trajetória que iniciou em 1892, ao ingressar na Academia Real de Artes Visuais de Amsterdã.
Nos quase 30 anos que antecederam a esse despojamento, Mondrian produziu paisagens carregadas de cores escuras, e as vezes sombrias, que caracterizavam a pintura holandesa do século XIX. Aos poucos, ele foi se aproximando dos movimentos artísticos que aconteciam na Europa. Seus tons foram clareando e suas composições ficando mais ousadas à medida em que se aproximava dos pós-impressionistas franceses, enchendo-se das cores e pinceladas vigorosas de Van Gogh, ou experimentando o pontilhismo de Seurat. Num processo contínuo, após uma influência temporária do cubismo, procurou formas de abstrair a realidade e buscar a essência da imagem.
Mondrian e o movimento De Stijl, nome da exposição que o CCBB em parceria com Art Unlimited preparou para os brasilienses, é uma oportunidade imperdível. “Organizamos tudo para que o visitante possa acompanhar esse percurso e entender que aqueles retângulos coloridos que povoam até hoje o imaginário do moderno, e são tão facilmente reconhecíveis, não nasceram de uma hora para outra, nem por acaso”, explica o curador da exposição, Pieter Tjabbes.
A exposição, contudo, não se esgota com a história artística de Mondrian. Há uma segunda etapa, igualmente relevante para compreender o que aconteceu naquele período (1917-1928), que mostra a agitação provocada pela revista De Stijl (O Estilo), o meio escolhido para que um grupo de artistas, designers e arquitetos, incluindo Mondrian, defendesse o neoplasticismo e a utopia da harmonia universal de todas as artes.
Mondrian acreditava que sua visão da arte moderna transcendia as divisões culturais e poderia se transformar numa linguagem universal, baseada na pureza das cores primárias, na superfície plana das formas e na tensão dinâmica em suas telas. E seus companheiros da De Stijl não só tinham visão semelhante, como aplicaram esses conceitos a todo tipo de arte.
No design, por exemplo, é representativa desse movimento a cadeira Vermelha Azul, que Gerrit Rietveld criou entre 1917 e 1923. O mesmo Rietveld levou o De Stijl para a arquitetura, ao desenhar e construir em 1924 uma casa para Truus Schroder-Schrader em que aplicou a paleta de cores primárias privilegiando espaços abertos, luminosidade, ventilação e funcionalidade, rompendo com convenções arquitetônicas da época.
Os princípios expostos nos 12 anos em que a revista De Stijl circulou foram utilizados nas artes plásticas, na arquitetura, na fotografia, no design, na literatura, na tipografia e até mesmo na moda. Em Mondrian e o movimento De Stijl será possível acompanhar, por intermédio de obras originais, maquetes, mobiliários, fotografia, documentários, fac-símiles e publicações de época, essa forma de ver o mundo e as artes que era revolucionária em 1917 e continua moderna até hoje.
Mondrian continuou experimentando até Victory Boogie Woogie, sua última obra, de 1944, pintada quando já morava nos Estados Unidos. Ele morreu de pneumonia, em 1944, aos 71 anos.
A exposição Mondrian e o movimento De Stijl, organizada pela Art Unlimited e patrocinada pelo Banco do Brasil, com apoio do Banco Votorantim, será aberta ao público de Brasília no aniversário da cidade, 21 de abril. São cerca de 100 obras — 30 das quais de Mondrian — e uma seleção de múltiplas manifestações do movimento De Stijl compondo o mais completo conjunto desse período já exibido no Brasil.
A maior parte do acervo é procedente do Museu Municipal de Haia (Gemeentemuseum, Den Haag), da Holanda, que reúne a maior coleção do mundo de obras de Mondrian.
A exposição, que é gratuita, acontece no CCBB de Brasília e segue para outras capitais. No CCBB de Belo Horizonte abre dia 20 de julho. E, finalmente, a partir de 12 de outubro, no Rio de Janeiro.
SERVIÇO
CCBB BRASÍLIA
De 21.04.2016 até 04.07.2016
Setor de Clubes Sul, Trecho 2 (próximo à ponte JK)
Edifício Tancredo Neves - (61) 3108-7600
Horário: quarta a segunda, das 9h às 21 horas
CCBB BELO HORIZONTE
Abertura ao público: 20.07.2016 até 26.09.2016
Praça da Liberdade, 450 – Funcionários - (31) 3431-9400
Horário: quarta a segunda, das 9h às 21 horas
CCBB RIO DE JANEIRO
Abertura ao público: 12.10.2016 até 09.01.2017
Rua Primeiro de Março, 66 - Centro - (21) 3808-2020
Horário: quarta a segunda, das 9h às 21 horas
Gerrit Rietveld
Cadeira Vermelha Azul
(1917-1923)
Gemeentemuseum, Den Haag
À NE PAS MANQUER !!!
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